Depoimentos confirmam enfoque do Informativo IBDD sobre desafios das empresas 

Rio, 28 de março de 2013                              

O  último   informativo   do   IBDD ,   que   abordou   os   desafios   das   empresas   na   contratação   da   pessoa   com  deficiência, repercutiu com diversos emails dos nossos leitores.  Escolhemos 4 dos mais significativos e os reproduzimos a seguir, deixando-os para nossos leitores como tema de reflexão  para essa Semana Santa.

 “Sou completamente surda e não consigo ser indicada a boas oportunidades de emprego. Na minha última indicação de trabalho, realizei o teste escrito e saí muito segura no aguardo da próxima fase que me levaria à contratação. Em lugar disto, recebi e-mail dizendo que infelizmente isso não seria possível. Eles me responderam que o motivo era o salário que eu havia sugerido. Tenho curso superior completo, registro no conselho profissional e experiência na profissão. Parece que eu deveria me contentar com o salário mínimo. Afinal, para eles não sou competitiva, sou ‘deficiente’ ” Carla

“Sou cadeirante, possuo curso superior em Administração de Empresas, tenho experiência em RH, e simplesmente não consigo colocação profissional. Já estou com 55 anos, e se um dia quiser me aposentar, terei que me conformar com um salário mínimo, e passar o resto de minha vida na miséria, simplesmente porque sou um deficiente físico” José Valmiro.

“Quando passei em 2º lugar para técnico bancário na Caixa, fui desclassificado por ser cadeirante. Ainda mais, me deram nota baixa na prova de Redação para me desqualificar. Esse é o nosso país! Mas eu sempre repito ‘sou brasileiro e não desisto nunca’ ”. Eduardo.

“Vejo nas empresas ainda hoje uma discriminação com o deficiente e a ‘desculpa’ de não oferecerem a vaga por não ser compatível a deficiência com o cargo. Outra falácia é dizer que a pessoa não tem a formação adequada para a função. E quando se tem a formação, a vaga oferecida é apenas para o setor administrativo e sempre com baixos salários. Precisamos lutar por um espaço digno nas empresas! Não queremos esmolas e nem favores, apenas que nos dêem a oportunidade de emprego compatível com o que desejamos e com o que podemos fazer. E quando não tivermos muito conhecimento na função a ser desenvolvida, que as empresas então nos dêem a oportunidade de aprender, para podermos ser competitivos no mercado e nossos esforços serem reconhecidos pela instituição- que vai produzir mais e crescer com responsabilidade social. Somos cidadãos comuns, temos sonhos de adquirir a casa própria e o carro, temos família para sustentar e o desejo de levar nossos filhos e esposa para boas férias- e no final das férias, saber que a empresa nos espera, sentindo nossa falta e ansiosa pelo nosso retorno para produzir mais com nosso talento e capacidade”. Sidnei