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“No cinema, sempre fico no fim da platéia, cantinho da sala, e em frente à tela. Só assim consigo assistir aos filmes.”- declara o judoca Antônio Tenório no documentário “B1”, levando a platéia aos risos: era também assim que o tetracampeão paraolímpico estava posicionado na sala de cinema, no último domingo, na exibição do longa-metragem produzido pelo IBDD, dirigido por Felipe Braga e Eduardo Hunter Moura, na mostra “Retratos”, durante o Festival do Rio.

O documentário coloca Tenório como narrador de sua trajetória até Pequim, ao mesmo tempo que nos oferece uma visita ao universo paraolímpico, e resgata momentos importantes da carreira esportiva do atleta:

— Decidimos acompanhar sua preparação, treinos, dúvidas e medos no caminho que o levaria a uma quarta medalha paraolímpica. Nós o seguimos durante nove meses, ganhamos sua confiança e estabelecemos uma relação que permitiu um retrato tão intimista do campeão- afirma Felipe Braga.

— É, e também queríamos interpretar sua sensibilidade específica cinematograficamente, ao mesmo tempo em que narrávamos sua trajetória e apresentávamos um homem e atleta, simples e complexo como todos nós- completa Eduardo Hunter Moura.

B1 é a categoria na qual os atletas de alto-rendimento cegos ou praticamente cegos competem. O tetracampeão Antônio Tenório da Silva é um deles: “- e foi através dele que tivemos contato com esse outro universo, no início desconhecido para nós, e que foi sendo descoberto aos poucos, numa relação ao mesmo tempo de aprendizagem e confiança, passo a passo, com alguns erros e acertos no caminho. Foi dessa relação que surgiu um filme tão intimista, e que representa o universo paraolímpico e o cotidiano da pessoa com deficiência em primeira pessoa.”- diz Felipe.

— Foi uma relação muito amistosa e de confiança construída nas filmagens. Eu nem me preocupava com as câmeras- afirma Antônio Tenório, 37 anos, e atleta do IBDD há 10: “A peça fundamental na minha vida”- define o judoca, referindo-se ao instituto.

— No filme, o IBDD está presente de forma espontânea e viva - seja nas costas dos kimonos dos atletas, seja em seus discursos pautados pelas noções de cidadania e superação- afirma Felipe.

O IBDD foi o co-produtor do documentário. O instituto foi responsável pelo apoio logístico, captação de patrocínios e pela mediação entre a equipe do filme e o mundo do esporte paraolímpico. E muito mais que isso, segundo os diretores:

- O IBDD teve um papel fundamental. O suporte do Instituto, que esteve na origem do projeto por tratar-se da "casa" do Tenório, seu clube, deu-se não apenas pelo suporte financeiro, mas sobretudo por sua forma inspiradora, sempre, na defesa do mundo paraolímpico sem condescendências ou paternalismos- declara Felipe Braga.

— Certamente. Importância eu diria que vai além dos contatos e acesso ao universo deficiente. É principalmente fazer parte integral nesse processo de "educação" da nossa sensibilidade e conhecimento do universo deficiente como equipe – reitera Eduardo Hunter.

— Tenório é uma inspiração para novos talentos, e na vida de cada um de nós. É impossível conter risos e lágrimas com a sua história- declara Luísa Sarmento, uma das espectadoras emocionadas com o longa-metragem.

Apesar da participação discreta no festival, o filme vem recolhendo elogios do público e da mídia especializada, em cinema e esporte.

— É muito gratificante ver as pessoas falarem comigo. Todos se mostram muito emocionados- afirma Antônio Tenório- que deveria perguntar, por via das dúvidas, pelo menos o nome de suas fãs: “Parabéns, Tenório! O filme é lindo, você está maravilhoso. Todos nós aplaudimos muito”- comenta a bela atriz Maria Flor, ao lado do namorado, o músico Felipe Continentino.

No domingo, “B1” foi exibido no Centro Cultural da Justiça Federal, às 19 horas. Nos outros dias, houve exibição na Estação Vivo Gávea, no Cinema Nosso e no Ponto Cine.

Para a superintendente do IBDD, Teresa Costa d'Amaral: “ A importância do documentário está na possibilidade de tirar a questão da deficiência do gueto das instituições, e levar seu universo para as agendas culturais, transformá-la em conhecimento.”


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