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JBOnline
Rio, 28 de maio de 2009

Somente 30 anos após o Metrô do Rio ser inaugurado, sua direção promete adotar sistemas considerados de acessibilidade plena em todas as suas 33 estações, enquanto a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou nesta semana a Lei 959/2007 que, sancionada, obrigará a instalação, em 180 dias, de elevadores para cadeirantes e escadas rolantes das plataformas à saída para a rua.

Entretanto, até estes recursos foram apontados como insuficientes por cadeirantes que o Jornal do Brasil acompanhou ontem.

No Catete, a escada rolante vai da plataforma à rua, mas, em vez de sair no nível da calçada, tem mais três degraus que atrapalham o sociólogo João Carlos Farias, 50, do IBDD (Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência).
Para pegar o metrô nessa estação, Farias, que é paraplégico, precisa da boa vontade de outros passageiros que chamem um funcionário para ajudá-lo a subir os três degraus e inverter o sentido da escada rolante permitindo que ele desça à plataforma.

– Como não sei se cada pessoa vai chamar mesmo, peço a várias, para o guarda ficar de saco cheio de tanta gente pedindo e vir logo.

A assessoria de comunicação do concessionária Metrô Rio afirma que 14 estações já são adaptadas para cadeirantes, mas Farias contesta. Para ele, só a Siqueira Campos, em Copacabana, lhes dá autonomia, por ter rampas e elevadores em todo o percurso da rua à plataforma.

– A única dependência, do agente que abre a grade ao lado das catracas, não é problema, pois ela fica ao lado do ponto deles.

Farias critica, porém, a estação Cantagalo, no mesmo bairro – e de plena acessibilidade, segundo o Metrô –, por ter o elevador fora da entrada principal e trancado, com funcionários precisando ser chamados para abri-lo.

A estação de Botafogo, também classificada como acessível pelo Metrô, é contestada por outro cadeirante, o estudante de moda Antonio Bordallo, 29, pelo mesmo motivo: falta de autonomia.

– Eles colocaram um elevador para a rua, mas ele tem chave e a gente precisa chamar o segurança para abrir, perdendo de cinco a dez minutos nisso – lamenta.

Desde que perdeu a perna direita, atropelado por um ônibus há quatro anos, Antonio coleciona críticas específicas a cada estação.
No Maracanã, são “até 15 minutos” para que um segurança seja avisado, monte e desmonte o carrinho apelidado de “Robocop” e o libere para seguir seu caminho.

Na quarta-feira, quando foi torcer pelo Corinthians contra o Vasco pela Copa do Brasil, ele desistiu de esperar o carrinho e pediu que o guarda o ajudasse de outra forma.

– Ele me apoiou do lado esquerdo; peguei o corrimão do direito e fui pulando; demorou menos, cinco minutos – afirma, acrescentando o sofrimento de subir a rampa “muito íngreme” que liga a entrada do estádio ao metrô.

Ontem, ele voltou à estação com o JB para mostrar a dificuldade com o “Robocop”, mas, embora a assessoria de comunicação do Metrô Rio tivesse assegurado a entrada da reportagem uma hora antes, ela foi negada pelos seguranças, que alegaram não terem sido avisados.

– Cada estação, um problema. Na Presidente Vargas, já desisti de descer porque estava chovendo, a escada molhou e o segurança teve medo de escorregar e eu cair. O Flamengo tem escada rolante, mas para uma só pessoa, cadeira de rodas não passa.

O Metrô Rio disse, em nota, que trabalha “para tornar todas as 33 estações acessíveis (...) até o final deste ano”.

A concessionária acrescentou que o projeto original do Metrô – do Governo do Estado, que o geriu até 1997 – não previa elevadores nem rampas. Ela não respondeu porque seu plano não atende à exigência da lei, assinada em 2007 pelos deputados Gilberto Palmares (PT) e Chiquinho da Mangueira (PMDB) – hoje, secretário municipal de Esporte e Lazer –, de pôr elevadores e escadas rolantes da plataforma à rua. Se fosse sancionada hoje, a lei daria até 24 de novembro para o Metrô implantá-los.

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