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“Vamos fazer do Rio uma cidade para todos”, é a promessa da nova Secretária Municipal da Pessoa com Deficiência para sua gestão, iniciada em 9 de novembro desse ano. Ao mesmo tempo, ela também garante: “Não será possível tornar a cidade 100% acessível”.
Fonoaudióloga, especialista em psicomotricidade, Isabel há 15 anos trabalha na Secretaria : “Minha história com as pessoas com deficiência começou aqui mesmo. Minha carreira praticamente começou aqui também”, diz a Secretária, que antes só havia trabalhado, durante 2 anos, na Fundação Municipal Lar Escola Francisco de Paula(Funlar-Rio): são, no total, 17 anos em ações sociais na cidade do Rio de Janeiro. De 1994 a 2001, Isabel realizou atendimento clínico, como fonoaudióloga, a portadores de deficiência. Depois, passou a ser supervisora do programa de Desenvolvimento Global Inclusivo, onde assumiu a gerência em 2007. Em 2009, foi convidada pelo seu antecessor Márcio Pacheco para trabalhar como coordenadora técnica da Secretaria. Após a saída de Marcio, em novembro, Isabel Gimenes passou a ser a nova Secretária Municipal da Pessoa com Deficiência.

São 15 anos de experiência com pessoas com deficiência. Qual a “bagagem” que você trará para o comando da Secretaria?
É muito tempo de história, vivenciando os mais diversos tipos de situação e aprendendo sempre. Trabalhei em diversos segmentos dentro e fora da Secretaria. Convivi com todos os tipos de deficiência. Essa diversidade de atuações pôde me dar um conhecimento profundo e abrangente da causa das pessoas com deficiência. É um credenciamento para saber me colocar em muitos lugares, tanto na secretaria, como na articulação com a sociedade civil e outros organismos.
Qual o grande problema da cidade em relação aos portadores de deficiência?
É o mesmo do estado, município e talvez do mundo: a falta de sensibilização. Falta as pessoas entenderem o universo das pessoas com deficiência. É preciso quebrar paradigmas, conscientizando a sociedade civil, empresários e políticos da importância do direito de ir e vir. Mudar a mentalidade da população é fundamental para que ocorra mais avanços. Estive em Barcelona, em outubro passado, com uma arquiteta do Núcleo Pro-Acesso, da UFRJ, e com o arquiteto Rovira, responsável pelas instalações olímpicas dos Jogos Olímpicos. E ele me disse: “O grande diferencial da cidade foi que as pessoas tiveram um click. Elas se conscientizaram e hoje não pensam em nada que não seja acessível.”
Essa então é a principal meta de sua gestão?
Sim. É o legado que o nosso governo quer deixar para a cidade. Mas estamos focando também em outras ações de curto, médio e longo prazo. Quais serão essas ações? Dentre outras, aumentar o orçamento para o CONDEF(Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência)em 2010, ao qual também o atribuiremos um caráter deliberativo; disseminar a metodologia do Centro de Especialização Municipal do Autista(CEMA) para toda cidade; em um trabalho conjunto com a Secretaria de Esportes e Lazer, vamos criar Centros de Convivência nas Vilas Olímpicas; faremos parcerias com a Secretaria de Educação, no projeto Escolas do Amanhã e com a Fundação Helena Antipoff, e vamos desenvolver a inclusão de crianças com todos os tipos de deficiência em 150 escolas, que servirão de base para todo município.
Como será a articulação com a iniciativa privada?
Uma de nossas principais frentes de atuação é justamente a sensibilização de empresários para a captação de recursos. Faremos um tratamento específico no ambiente dos negócios.
As leis voltadas para as pessoas com deficiência estão sendo cumpridas no município?
O Brasil é o país com uma das melhores legislações do mundo, mas realmente temos que fazê-las acontecer. A nossa base de atuação será a Convenção Internacional das Pessoas com Deficiência, da ONU. A falta de transportes públicos acessíveis é um dos grandes problemas da cidade.
O que será feito pela Secretaria nesse sentido?
Embora o Rio tenha aumentado a sua frota de ônibus adaptados, ainda há muito para melhorar. Há muitos deficientes que conseguem vagas em empresas, porém não podem assumi-las por que moram longe e não há transporte público acessível para elas. É uma bola de neve que temos desconstruir através da sensibilização das empresas de ônibus quanto à necessidade dessa mudança para o direito de ir e vir das pessoas, que é imprescindível.
Qual a importância das ONGs como o IBDD para o trabalho em prol das pessoas com deficiência?
Total. Só podemos avançar se trabalharmos em conjunto com essas instituições. O poder público não dá conta sozinho de todas as demandas necessárias. Por isso, temos que fazer parcerias com entidades não-governamentais.
O que você já acredita que não poderá ser feito em sua gestão?
Tornar a cidade 100% acessível. Não é possível implantar a acessibilidade em toda a cidade. Não apenas a acessibilidade arquitetônica, como também a comunicacional, a informativa e nos transportes. Até 2012, isso não será possível. Mas a conscientização da população isso tem que ser já. A partir desse click, ficará muito mais fácil tornar a cidade inclusiva e acessível para a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Rio. A mudança da mentalidade coletiva será o principal legado do prefeito Eduardo Paes. Assim, vamos fazer do Rio uma cidade para todos.

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