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Conheça o Projeto Livro-Falado, parceiro do IBDD, e que trouxe a magia do livro para milhares de pessoas que não vêem- mas enxergam.
Machado de Assis, Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto, Manoel Bandeira, Jorge Amado, Ruth Rocha, Pedro Bandeira, Ana Maria Machado, Stanislavski, Tchecov e Odylo Costa, filho são alguns dos 147 autores que tiveram suas obras “traduzidas” para uso das pessoas com deficiência visual. O projeto Livro Falado, coordenado e idealizado por AnaLu Palma, mestre em teatro pela UNIRIO, já distribuiu cerca de 42 mil CDs em todo Brasil, além de disponibilizar cerca de 400 livros na página do projeto na internet (www.livrofalado.pro.br), que entrou no ar no último dia 10.
AnaLu Palma tem colaboradores, mas, por falta de patrocínio permanente, é produtora de todas as ações do projeto, cujas idéias surgiram no ano de 2000- durante uma sessão de meditação. Ela nunca tinha tido contato com pessoas com deficiência visual. “Foi um estalo, um click, que eu tive quando estava meditando. Não tenho ninguém cego na família, jamais havia convivido com pessoas que não enxergavam. Tive a intuição de usar a minha voz de atriz para ler livros, objeto que amo enormemente. Então, fui me informar a respeito desse universo. Uni meu talento de atriz ao meu prazer com a leitura”, afirma.
No mesmo ano, conseguiu apoio da Academia Brasileira de Letras para a Coleção Voz da Academia, na qual foram gravados em áudio os livros da Casa Machado de Assis. “Foi quando descobri que precisaria de muitas vozes para compor um acervo significativo”, diz AnaLu, que então passa a ministrar oficinas de capacitação de ledores(é assim mesmo!)- uma das principais linhas de atuação do projeto, que conta com voluntários que “sempre tiveram o desejo de ler para cegos”.
Quando teve início a parceria com a ABL, AnaLu Palma entrou em contato com a superintendente do IBDD, Teresa Costa d’Amaral, para quem foi pedir a autorização para a gravação de “Bichos do Céu”, livro de seu pai, Odylo Costa, filho. A partir de então, o IBDD tornou-se parceiro do projeto: “Quando consegui o patrocínio da Petrobras perguntei se o IBDD poderia produzir os livros em braille. Ela me falou da impressora que era para uso de pequena produção, e descobrimos então que a parceria poderia ser o meio de compra de uma nova impressora. E assim o fizemos. Estou muito feliz com esse encontro!”, ressalta AnaLu.
A coordenadora afirma que, no início do projeto, pensou que fosse apenas produzir livros e não tinha idéia dos desdobramentos que se seguiriam. “A vida é um mar e logo as oportunidades de ocupação de segmentos foi surgindo”. E muitas outras ações foram postas em prática. Dentre elas, AnaLu realiza oficinas de interpretação para pessoas com deficiência visual e apresentações de peças do Teatro Inclusivo- no qual ela também desenvolve pesquisa acadêmica. Também foi criada uma audioteca na Biblioteca Pública da Tijuca com todo o acervo gravado pelo projeto.
A elaboração do site recém-lançado foi realizada por Horácio Soares e Lêda Spelta, do Acervo Digital, especialistas em acessibilidade na rede: a página de internet foi pensada para portadores de deficiência visual. Em 2010, o acervo online contará com mais 1000 livros do acervo. No ano que vem, ela implantará uma audioteca no Centro Cultural Justiça Federal, no Centro do Rio, e outra na Biblioteca de Realengo. AnaLu também pretende formar mais 200 ledores em sua oficina. Ela, que já havia “escrito” Uma História para ler, gravar e ouvir, também lançará novo livro falado e em Braille.
E foi no lançamento de seu primeiro livro que uma “grande mudança ocorreu em minha vida”: a Ana Palma(nome de registro) passa a se chamar AnaLu Palma: “Quando eu escrevi o livro, não conseguia mais colocar Ana Palma, foi uma coisa física, a mão não concluía. Como faço o que meu corpo manda, esperei. E minha mão escreveu AnaLu”. E assim ficou. “Sabe que tem sido bom? Sou uma pessoa que muda demais, já não sou mesmo Ana Palma, ela ficou defasada, por enquanto sou AnaLu, daqui a pouco posso mudar novamente. Sou assim, uma mutante”.
Tanto a AnaLu quanto a Ana Palma acreditam que a arte, e em especial, a literatura, “ é o lugar de onde queremos falar e existir”, frase que abre o site e sintetiza a importância do livro-falado para as pessoas com deficiência visual- e para todo ser humano:
“É inegável o meu amor pelo livro. Venho de uma casa muito simples e pobre, onde não havia livros. Quando entrei para a escola e conheci um livro, me apaixonei imediatamente. Ainda hoje a cada livro que compro meu coração dispara, eu me emociono, aperto contra o peito e sinto que tenho a chave para um desconhecido que me fará crescer como ser humano”, diz, apaixonadamente.
E ela quis trazer essa magia e transformar também as pessoas com deficiência visual- que não vêem com os olhos, mas enxergam pela alma.

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