Antônio Tenório, do IBDD, vence disputa com atletas não deficientes

Tetracampeão paraolímpico, o judoca Antônio Tenório demonstrou no último domingo, em São Paulo, que não há limites para um atleta com deficiência. Aos 39 anos, cego total, ele resolveu aventurar-se numa modalidade de luta diferente da sua, o jiu-jítsu, e numa competição de atletas não deficientes. O resultado foi inesperado: ele conquistou ouro na categoria até 100 kg, faixa roxa, sênior, do Campeonato Mundial de Jiu-Jítsu Esportivo, disputado de 16 a 18 de julho no ginásio poliesportivo do Ibirapuera.

“Fiquei surpreso. Entrei na competição para aperfeiçoar minha técnica de chão para o judô. Não tinha maiores pretensões. Eu era um franco atirador”, confessa Tenório, atleta do IBDD. Mas ele não esconde que, depois da primeira luta, que ganhou por 6 a 0, passou a acreditar que poderia ter sucesso. Venceu a segunda por 2 a 0 e vantagem, conquistando o título de super pesado.

Além da medalha de ouro, Antônio Tenório sai do Campeonato Mundial de Jiu-Jítsu com um trunfo a mais para disputar os próximos desafios do judô. “O jiu-jítsu me deu um fator surpresa para enfrentar os meus adversários nas próximas competições”, festeja. Tenório já se prepara para o Campeonato Brasileiro de Judô, de 6 a 8 de agosto, em São Paulo, e os Jogos Mundiais, na Turquia, em abril de 2011, e o Parapan de Guadalajara, em novembro de 2011, ambos valendo vaga para as Paraolimpíadas de Londres, em 2012.

Tenório quer repetir o desempenho da Paraolimpíada de 2008, quando conquistou o ouro. A preparação no Brasil e a campanha vitoriosa nos jogos de Pequim foram documentadas para o filme “B1”, longa metragem que o IBDD produziu e que será lançado em circuito comercial em setembro deste ano.

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