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Toda vez que perguntam para Wilson de Almeida Lobão, 73 anos, quando ele vai parar de ser militante do movimento de luta das pessoas com deficiência, a resposta é instantânea: “só vou parar quando o deficiente deixar de ser deficiente e passar a ser cidadão”. E, a depender dele, o dia de aposentar a militância ainda está muito longe.

Como distante está o ano de 1956 quando, aos 19 anos, passando pela calçada do outro lado de uma rua em Nilópolis, Baixada Fluminense, foi atingido na perna esquerda por disparo de uma briga de bar. “Fui precursor da bala perdida no Rio”, lembra com bom humor. Depois do erro médico no atendimento de emergência que lhe valeu 18 cirurgias, sete anos hospitalizado e, finalmente, a amputação de parte da perna, Lobão passou a sentir na pele a dura realidade da pessoa com deficiência no Brasil.

Mas pelas mãos de Robson Sampaio - um brasileiro que depois de sofrer um acidente nos Estados Unidos ficou paraplégico e, de volta ao Brasil, criou o Clube do Otimismo em 1958 e introduziu o basquete em cadeira de rodas no país - Lobão aprendeu que a busca pela cidadania depende apenas das pessoas com deficiência. “De lá pra cá tivemos muitos avanços, mas a passos de tartaruga”, lamenta.

Exemplo? “A primeira lei que obriga os ônibus a serem adaptados é de 1986, mas só no ano passado conseguimos que eles já saiam acessíveis de fábrica”, afirma Lobão. É no transporte, aliás, que Lobão vê outro sinal da falta de cidadania da pessoa com deficiência. “Sou contra a gratuidade para a pessoa com deficiência. O Estado tem que dar emprego e dignidade para o deficiente, para que ele possa pagar o seu transporte como qualquer cidadão. Mas o que o Estado faz é dar uma esmola”.

Recém eleito vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Rio de Janeiro (Comdef-Rio), Lobão promete continuar a luta pela acessibilidade na cidade que será a sede das Paraolimpíadas de 2016. “Sem o direito de ir e vir não há cidadania. E há muito que fazer para colocar o Rio no mapa da inclusão social da pessoa com deficiência”, prevê Lobão. [VOLTAR]

 
     

 

 

   
 
 

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